Viajando com a
música clássica
Pensamos em começar o segundo semestre com música clássica, aumentando
as referências musicais e apresentando os instrumentos de uma orquestra.
Escolhemos uma melodia forte para provocar os sentidos, a Tocata e
fuga em mi menor de Bach.
Aproveitamos algumas ideias do portal
Sentamos com as crianças em roda, no chão. Propusemos o desafio de
ouvirem o que iríamos tocar de olhos fechados.
Aceitaram bem a ideia e vários permaneceram
concentrados e introspectivos, alguns acompanhando o ritmo e um dos meninos ficou
tocando um piano imaginário.
Como a Tocata é longa, deixamos tocar somente até
a metade. Talvez permanecessem concentrados até o final, mas não quisemos
arriscar.
No grupo dos mais velhos, havia dois meninos que estavam agitados e não colaborativos e acabaram se acalmando e entrando no espírito quando uma voluntária sentou-se no meio deles e fechou os olhos dos dois com sua mão. Parece que precisavam de uma ajudinha para ficar de olhos fechados.
Começamos a coletar as impressões, o que imaginaram e o que
sentiram. Fizeram observações interessantes, a maioria relacionou com
fantasmas, assombrações, outros pensaram em uma pessoa tocando piano em um
teatro enquanto bailarinas dançavam ao redor, uma menina disse ter imaginado
bege o tempo todo. Houve também um menino que viu personagens de desenho
tocando instrumentos e um que disse que teve muito medo e ficava com vontade de
sair correndo.
Fizemos várias perguntas: que tipo de música era aquele, quais instrumento
ouviram. Falaram que era música sem ninguém cantando, que tinham ouvido piano, flauta,
violino, violão e até harpa. Dissemos que na verdade só havia um único
instrumento que tinha sons diferentes que pareciam outros instrumentos. Foram
chutando e nós ajudando até chegarem ao órgão. Falamos sobre o instrumento e
alguns já tinham visto.
Partimos para um segundo desafio. Entregamos os cadernos de desenho
e deixamos lápis de cor e giz de cera a disposição. O desafio era desenhar ao
sabor da música, totalmente soltos e ter coragem de arriscar fazer desenhos de
olhos fechados acompanhando a melodia.
Adoraram essa liberdade e falta de compromisso com um desenho “bonitinho”.
Muitos produziam livremente e ficavam satisfeitos com os resultados e,
animadamente, explicavam o que tinham pensando e porque escolheram tal cor.
Somente duas meninas se dedicaram a desenhos mais elaborados, mas que tinham a
ver com instrumentos e notas musicais.
Vamos continuar a explorar de várias formas a música clássica. Gostaríamos
de usar mais recursos como DVDs e a Internet, mas o telhado da nossa sala ruiu
e estava bem ensolarada hoje e tivemos que improvisar em outra sala. Espero que fique pronta logo!